Wagner Herbet Alves Costa (1968-2006)
OBS.: 1- Sei que a presente temática não faz parte desse portal; todavia, resolvi postar, assim mesmo, esse meu artigo. Entenderei se não quiserem, inclusive, perder tempo lendo-o; pois é mais outro “calhamaço” que vos envio. No entanto, peço que, ao menos leiam as duas últimas páginas. Destacadamente os itens: ‘Tipos de monoteísmo” e ‘Esperança’; porquanto – penso eu – servem, respectivamente, para um esclarecimento de qual é a diferença entre o monoteísmo que os cristãos confessam e o que é confessado pelos judeus e muçulmanos, e também para salientar a esperança na conversão dos islâmicos à Fé Cristã. [Inclusive, se quiserem expor no site tais itens somente, sem o resto do texto, poderão fazê-lo.]
2- O meu e-mail está com “defeito”, por isso, estou utilizando o de minha irmã Pollyana....
PASSAGENS DIFÍCEIS DO ALCORÃO
(Parte – 1)
Embora o Concílio Vaticano II seja reconhecidamente pastoral (e que, após este episódio da História Conciliar do Catolicismo, tenham grassado pestilentas teses como a infame Teologia da Libertação), é claro que ele continua tendo um grande peso. E um dos documentos desse concílio (depois de assinalar o grandioso apreço que a Igreja nutre pelos judeus) diz expressamente: <<“Mas o plano de salvação abrange também aqueles que, reconhecem o Criador. Entre eles, em primeiro lugar, os muçulmanos, que, professando manter a fé de Abraão, adoram conosco o Deus único, misericordioso, juiz dos homens no último dia” (LG 16; cf. NA 3)>>[CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA, 5a edição, Editora Vozes Edições Paulinas Edições Loyola Editora Ave-Maria, RJ/SP, 1993, p. 207, n. 841]
Todavia, apesar dessa visão conciliar bastante otimista com relação aos confessores da fé islâmica, não podemos nos esquecer de certas problemáticas de caráter teológico que persistem (algumas, inclusive, de grandíssima relevância); como, por exemplo, as que são suscitadas por passagens do Corão como a que segue: <<“Diz: Ele é Deus, o Único! Deus, o Eterno Refúgio! Que não gerou nem foi gerado. Nada é igual a Ele!”(Alcorão112,14)>> [http://www.montfort.org.br/index.php?seção=caderno& subsecção=religião&artigo= Maomé&lang=bra]...
E agora? Para o cristão, como encarar tal proposição?...
Há, porém, pelo menos três modos, racionalmente falando, de um cristão se posicionar diante dessa sentença corânica (e de outras similares): 1 - ou o Alcorão afirma uma concepção antitrinitária, e, portanto, é um livro que contém falsidade; 2 – ou em uma outra versão do Corão, que seria a original, não possuiria tal sentença ou qualquer outra que se contraporia à veraz doutrina da Igreja de Deus; 3 - ou falso é o entendimento que se tem, comumente, de tal passagem.
Mas alguém questionaria (com relação à terceira proposição): como, então, poderia ser lido tal trecho do Alcorão de modo a não ferir a maravilhosa verdade doutrinária sobre a Santíssima Trindade?... Bem, eu não digo que seja fácil; mas tentarei apresentar, apesar da notória simploriedade do meu saber, uma solução (ainda que seja exposta tão-somente no campo hipotético ou especulativo). Aliás, esse é o desafio ao qual me proponho neste meu artigo: ler o Alcorão de forma a não o opor à verdade da Fé Cristã.
Introdução
Antes, porém, é curioso notar o que diz o Alcorão: << “Se estás em dúvida sobre o que temos revelado, consulta aqueles que leram o livro antes de ti” (Corão, X, 94. Edição Tangará do Alcorão Sagrado, versão árabe por Samir el Hayek São Paulo, 1979, p. 152)>>[htp://www.montfort.org.br, Idem...]. Ou seja, o próprio Corão reconhece que nós, os cristãos, somos aqueles que têm autoridade para aclarar as partes de difíceis entendimento do livro sagrado do islã; nós que precedemos os mulçumanos na revelação. [Os judeus também estariam incluídos entre os predecessores; entretanto, como se recusaram ao Evangelho de Cristo, não podem mais (depois de ter se consumada a Nova Aliança) serem tomados como doutos (ao menos em grau elevado) no concernente à revelação divina.]
Como Deus falou, antes aos judeus e depois aos cristãos, segundo a própria ótica islâmica; então, notoriamente, estes últimos têm a revelação mais completa (Antigo Testamento e Novo Testamento). Pois os do judaísmo ficaram somente com o Antigo Testamento. E, obviamente, o lógico é consultar os que têm o conhecimento revelacional mais completo, no caso, os cristãos... [Salvo se os judeus, em questão, pertencerem a algum grupo messiânico, o qual acolhem também a Nova Aliança, em Cristo Jesus e que confessam: “Nós estamos no Verdadeiro, no seu Filho Jesus Cristo. Este é o Deus verdadeiro e a Vida eterna”(1 Jo 5,20). Reconhecendo, igualmente, que é a “Igreja do Deus vivo: coluna e sustentáculo da verdade” (1 Tm 3,15) e, por conseguinte, nela se encontram “as chaves do Reino dos Céus” (Mt 16,19).]
Além do mais, no que tange o tempo, os cristãos precedem imediatamente os islamitas. Logo, os mais próximos e imediatos, com relação aos islâmicos, recebedores da Revelação Divina, cronologicamente, são os seguidores de Jesus.
É, também, importante lembrar que, ao menos num versículo – no que diz respeito àqueles que antes dos muçulmanos receberam revelação divina, isto é, judeus e cristãos – o Alcorão aponta preferencialmente para os cristãos (Surata 5,82): << “Constatará que aqueles que estão mais próximos do afeto dos fiéis, entre os humanos, são os dizem: Somos Cristãos”>>[http: //www.kuran.gen.tr/html/brezilyaca/005.php.3].
E é mui curioso, ainda, constatar que: <> [http://www.montfot.org.br, Idem].
Questão da Trindade
Ora, o Espírito Santo, que é Deus, ele nem gerou a Deus nem foi gerado por Deus; mas procede do Pai e do Filho. Onde está escrito no Alcorão que Deus não pode proceder? E assim como nós cristãos podemos falar de Deus, centrando-nos na Pessoa do Espírito Santo; também podemos falar do Senhor, focando na Pessoa do Pai ou na Pessoa do Filho. Pois tanto o Pai, como o Filho ou o Espírito Santo é um único e mesmo Deus.
Quando falamos da Pessoa do Pai, dizemos: o Pai gerou, mas não foi gerado. E quando falamos da Pessoa do Filho ensinamos: este foi gerado, porém não gerou. Já o Espírito Santo nem gerou nem foi gerado, mas procede. Em suma, o versículo do Alcorão (Surata 112,1-4) estaria direcionado à 3a Pessoa da Santíssima Trindade (o Espírito Santo).
Vede, ainda, que só Deus é absoluto: Ele é gerador, gerado e procedente. Só Deus é Divindade; e é, por isso, que só Ele pode gerar a Si mesmo e de Si mesmo proceder. (Nenhum outro ser gera a si próprio, ou procede de si; somente o Todo-poderoso. Que pode tudo, inclusive, gerar-se e, de si, proceder!) De sorte que, o mistério da Santíssima Trindade revela-nos a incomparável distinção que há entre o Criador e as criaturas.
Outra, quiçá, leitura possível da referida Sura (ou Surata) 112 é a seguinte: ‘Deus (Filho) não foi gerado (carnalmente por varão algum) nem gerou (varão ou varoa); haja vista Jesus, o Verbo divino, não teve pai humano nem descendência carnal (sem filhos). De sorte que, tal passagem do Corão também pode ser aplicada à 2a. Pessoa da Santíssima Trindade sem ferir a dogmática católica – desde que seja entendida da forma que aqui foi apresentada.
Deus é “Totalidade” (singular/plural)
Ademais, é importante lembrar que: No Alcorão, existem passagens em que a Divindade é tratada, algumas vezes, no singular (eu) e em outras no plural (nós), semelhante o que acontece no texto bíblico. E já que os cristãos entenderam, com relação à Bíblia, essa dobrada maneira de tratamento da divindade, ser uma forma velada da afirmação do Mistério da Santíssima Trindade (e não como sendo um simples plural majestático); assim, nós bem que poderíamos também contemplar essa realidade da divina “totalidade” (singular/plural) no texto do Alcorão. Pois é singular em natureza, mas ‘plural’ em pessoas. Deus é o todo: o essencialmente singular em “numerosidade” (de relações); todavia, sem contradição, já que é singular num aspecto e ‘plural’ noutro. No Corão é dito:
- <<“Criamos todos os seres vivos” (Surata 21,30)>>[http://www.kuran.gen.tr/html/ brezilyaca/021.php3].
- << “O salvamos... conduzindo-os a terra que abençoamos” (Surata 21,7)>>[http://
- <<“Do mesmo jeito que originamos a criação, reproduzi-la-emos (Surata 15,23)>>[ http //www.kuran.gen.tr/html/brezilyaca/015.php3].
- <<“Criamos o homem de argila” (Surata 15,24)>>[http://www.kuran.gen.tr/html/ brezilyaca/015.php3].
É por isso que, em sentenças como as supracitadas e nas que se seguem (Surata 50,43 e 50,59): <<“Somos Nós que damos a vida e amorte”>>[http://www.kuran.gen.tr/ html/brezilyaca/050.php3] <<“Somos Nós Criador”>>[http;//www.kuran.gen.tr/html/ brezilyaca/056.php3], bem poderíamos compreender como sendo uma confissão a respeito da Santíssima Trindade – o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
Se os muçulmanos lêem isso como um simples plural majestático, aí é uma perspectiva de leitura deles... mas quem disse que tem que ser esse o nosso ponto de vista (ao menos no campo hipotético), nós que somos cristãos?
Curiosas observações
E não é curioso que o Islamismo considera-se sendo a 3a Revelação?! A primeira seria a do Judaísmo e a segunda, do Cristianismo... Se for assim, então, não teria o Altíssimo, intencionalmente, querido assinar sua “tripersonalidade” no plano revelacional, isto é, que ele é Três Pessoas, daí as 3 revelacões (como crêem os muçulmanos)?... Não teria, portanto, o Todo-poderoso, escolhido que a ÚNICA fé abraânica fosse professada por TRÊS `povos` para assinalar justamente, no curso da História (Ele que é o Senhor de toda História), que ele é UNO em natureza, mas TRINO em pessoas?
Mal comparando, o cubo nos lembraria tal e tão santo mistério (o da Santíssima Trindade). Uma vez que, possuindo 3 dimensões (altura, comprimento e largura), é apenas 1 único e mesmo objeto. [Obviamente, se se retira uma dessas dimensões deixaria de ser cubo. E cubo, só é cubo, porque possui três dimensões indivisíveis.]... Afinal, como se chama cubo em árabe (língua oficial do Corão)? E o que significa o nome CAABA (que é o santuário-mor para o Islamismo)?... [O cubo tem 6 faces, 12 arestas e 8 vértices. Donde, 6 + 12 + 8 = 26; ora, 26 é o valor numérico do Tetragrama Divino IHWH ou Javé... E uma da formas mais comuns de se abrir um cubo é a cruciforme, ou seja, em cruz. Cruz que nos lembra aquela sobre a qual Jesus (cujo significado do nome é “Javé Salva”) derramou seu sangue redentor.]
Se um ser humano é capaz de dar a vida por outrem, em sinal de amor a esta pessoa; muitíssimo mais, haveria de o Bendito Deus fazê-lo, porquanto muitíssimo mais ama e sabe amar... Infinda é a sua Misericórdia!... Que prova maior (de misericórdia) se pode exigir de Deus? E quem poderá duvidar de seu infinito amor, depois de ele morrer em nosso lugar (por meio da natureza humana que assumiu)? [Com efeito, Deus não se deixa vencer em misericórdia!]
Deus ‘teve’ filho?
Mas o Corão não nega que Deus teve filho(s)?... De fato, crer que, um dia, 2000 mil anos atrás, o Todo-poderoso desejou ter um filho e para tanto se unira “sexualmente e/ou lascivamente” a uma mulher – conforme mencionado em inúmeros mitos do paganismo – é, por deveras, contrário à Revelação. A intenção corânica, creio eu, é rejeitar esse tipo de crendice. E, nisso, ele está coberto de razão. Entrementes, a verdade é que, Deus (o Pai), sempre, desde toda eternidade, TEM um Filho; e não simplesmente ‘teve’. [Mais precisamente: ‘Deus “É” Filho, sempiterno, do Eterno e Divino Pai’!] Ou seja, antes de existir o mais remoto vestígio de qualquer criatura, eternamente já existia um Filho divino: Sua Perene Palavra (ou o Verbo)... Depois, é que, este se encarnou, por obra do Espírito Santo, em uma virgem israelita: Maria de Nazaré. Assim, dizer que Deus “teve” (ou seja, passou a ter o que não tinha antes) um filho não é verdadeiro.
[Adendo: E há também, quem sabe, a questão de que, quando dizemos que alguém teve (ou tenha tido) algo, isso poderia indicar que não se tem mais ou, ao menos, existe a incerteza se ainda continua tendo tal coisa... Exemplo: ‘Meu amigo teve um carro’, daria a entender que ele não tem mais. O fato, é que, pela da tradução do Corão para língua portuguesa que li não aparece a expressão: Deus não “tem” filho; mas tão-somente que ele não “teve” filho. E que, portanto, o certo a se dizer é que: Deus TEM um Filho (ou melhor: ‘Deus é Filho’). Que, por ser filho dum Eterno, é também Eterno; daí, sua existência ser igualmente perpétua. Noutras palavras: Ele o TEM desde toda eternidade; porquanto é de sua mesma natureza, que é eterna.]
Eu como católico, prontamente, corrigiria um irmão na fé que, por ventura, estivesse dizendo: `Deus teve um filho`. Diria-lhe: `Não deveis falar assim, mas diga: Deus tem um filho`.
Já a Encarnação é como que uma solução para o seguinte questionamento: ‘Deus poderia encarnar-se, isto é, além da sua divina natureza eterna, assumir uma natureza humana? Resposta: Sim! Aliás, é o que exatamente ocorreu. Tenha-se em vista, o Altíssimo ser Onipotente; e, por conseguinte, possuir poder para tanto. (Ou alguém duvida que Ele tenha poder para tanto?)
<> [http://www. logoshop.hpg.com.br/div172.htm].
Deus, com isso tudo, dá o testemunho de insuperável humildade... Daí, ser tão rejeitado pelo Altíssimo os arrogantes e pretensiosos, pois se até ele – que é Deus Todo-poderoso – propõem a se apresentar de forma humilde; como, então, uma simples criatura pode arrogar-se a não o ser. [Como um rei que, deixando suas vestes de glória (esvaziando-se do luxo) e revestindo-se de simples tecidos, para, saindo do seu majestosíssimo palácio, ir misturar-se com o seu povo, assim é o grande Rei e Senhor. Um Deus que visita os que ele escolheu amar (aqueles que são alvos de sua misericórdia)!]
Com efeito, Deus não só nos ensina que devemos ser humildes; mas, Ele próprio, nos dá tremendo exemplo de humildade! (Quem poderia ser mais pedagógico do que o Divino Mestre, não é mesmo?)
Deus que se tornou visível
“No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. No princípio, ela estava com Deus. Tudo foi feito por meio dele e sem ele nada foi feito” (Jo 1,1-3), e “o Verbo se fez carne” (Jo 1,14). “O que era desde o princípio, o que vimos com nossos olhos, o que contemplamos, o que nossas mãos apalparam do Verbo da vida... e vimos e lhes damos testemunho e vos anunciamos a Vida eterna, que estava voltado para o Pai e que nos apareceu” (1 Jo 1,1-2).
Jesus mesmo declarou: “Eu sou o Primeiro e o Último, o Vivente; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos”(Ap 1,17-18). E ainda salientou: “Em verdade, em verdade, vos digo: antes que Abraão existisse, EU SOU” (Jo 8,58)... [Lembremos que: os anjos não morrem e nem por isso são Deus (dada vênia, o simples fato não-morrer não é atestado de divindade). Nem nos esqueçamos que os mesmos não têm o poder de encarnarem-se, só Deus (o Onipotente) tem um tal poder. E é justamente essa onipotência que faz que um Ser seja Divino.]
O Verbo é Deus (o Primeiro e o Último); o invisível que assumiu a visibilidade...O Alcorão também ensina que Deus é Primeiro e Último, Visível e Invisível.
A Surata (ou Sura) 57,3 diz: << “Ele é o Primeiro e Último, o Visível e o Invisível, e é Onisciente”>> [htt://www.kuran.gen.tr/html/brezilyaca/057.php3].
E com Simão Pedro – conforme está na Bíblia – nós (cristãos) haveremos de sempre confessar ao Verbo Encarnado: “Senhor, tu sabes tudo”(Jo 21,17) .... [E quem sabe tudo; não é, pois, onisciente?]
Jesus (o Verbo) é incriado
Veja o seguinte comentário que encontrei num site: <>[htt://www. logoshp.hpg.ig.com.br/div172c.html]... O fato, é que, o próprio Corão, como a Bíblia, também afirmar que Jesus é a Palavra do Altíssimo. Quando Zacarias estava orando, anjos lhe teriam dito (Surata 3,39): <<“Deus te anunciou o nascimento de João, que corroborará o Verbo de Deus”>>[http://www.kuran.gen.tr/html /brezilyaca/003.php3]. E na Surata 3,45: << “Ó Maria, por certo que Deus te anuncia o Seu Verbo, cujo nome será Messias, Jesus”>>[http://www.kuran.gen.tr/html/bresilyaca/ 003.php3].
Jesus, o Herdeiro de Deus.
Um dos títulos de Deus, no islamismo, é HERDEIRO!... Deus herdeiro(?!), herdeiro de quem??? (Será que algum muçulmano poderia me explicar tal titulação!)... Jesus, o Filho de Deus, sem dúvida, é o Herdeiro perpétuo do Pai.
<>[http://www. dhnet.org.br/direitos/anthist/alcorãoint.html#1465].
Deus nasceu duma virgem
Mas essa idéia de o divino nascer duma virgem não é coisa presente nos mitos pagãos, onde se associa à divindade tal tipo de nascimento?... Ora, quem disse que as “idéias” presentes nos mitos são, todas, per si, erradas? Se forem, então, não deveríamos acreditar em mortos sendo ressuscitados, ou cegos curados, ou outros tantos milagres e prodígios assinalados tanto na Bíblia como no Corão; porquanto em vários mitos aparecem narrados muitos fatos similares. [As idéias podem até ser semelhantes, mas não, necessariamente, as formas com estão descritas nas mitologias.]
Não nos esqueçamos que muitos foram os céticos, ao longo da História, que certamente acharam coisa de conto pagão, por exemplo, que a Divindade tenha transformado uma mulher em estátua de sal (o caso da mulher de Ló). E outros mais, de tal laia, não teriam zombado de ouvir dizer que Salomão proseava (ou conversava) com formigas? [E quantos não compararam as descrições paradisíacas, seja da Escritura Cristã ou do Alcorão, como fábulas? (O mesmo se diga do Inferno.) Coisas, diriam os incrédulos, de mitos pagãos!]
Os mitos do paganismo falam de deuses que curam pessoas; e, no entanto, sabemos que o Deus verdadeiro é quem, de fato, cura. Os mitos do paganismo falam de deuses que ressuscitam mortos; e, no entanto, sabemos que o Deus verdadeiro é quem, de fato, ressuscita-os. Os mitos do paganismo falam de deuses que criaram plantas e animais; e, no entanto, sabemos que o Deus verdadeiro é quem, de fato, criou tais seres... Ora, os mitos do paganismo, semelhantemente, falam de deuses que se encarnam; e, nós (que temos a ciência exata) sabemos que o único divino que se encarnou foi o Deus verdadeiro, na pessoa do Verbo da Vida!
A idéia de que uma divindade podia curar era verdadeira, a idéia de que uma divindade podia ressuscitar mortos era verdadeira... assim, também, verdadeira era a idéia de que uma divindade podia encarnar-se (e ter mãe na temporalidade). Falsa era a atribuição que se fazia dessas coisas (dessas idéias) a seres que não eram. E, do mesmo modo que, atribuía-se a deuses falsos a encarnação da deidade; paralelamente, atribuíram às falsas mães-virgens aquilo que só caberia, no futuro, única e exclusivamente, a Virgem de Nazaré: Maria Santíssima.
Maria, portanto, é a única Mãe de Deus Encarnado. Daí, o gigantesco reconhecimento, dado pela Igreja, a essa criatura toda santa, que é a Virgem de Nazaré. Aliás, o próprio texto corânico bem coloca em proeminência o valor de sua pessoa; haja vista, dentre outras coisas, ser ela a ÚNICA mulher – em todo Alcorão – cujo nome próprio é citado! E o olhe que é citado dezenas de vezes. (E mesmo que fosse citada apenas duas ou três vezes já, grandemente, a particularizaria.).
Como habituei dizer: existem, pelo menos, três formas diferentes para explicar as ditas similaridades, presentes nos textos sagrados da Bíblia, com o que é descrito nas mitologias. Uma delas, a qual me aterei inicialmente (a qual dispenso minha particular consideração), é de São Justino (cristão e apologeta do século II), que eu chamo princípio macaqueador de Satanás. Porquanto, conhecedor das promessas divinas – como: “Eis que a Virgem conceberá e dará à luz um filho e o chamarão com o nome de Emanuel, o que traduzido significa: “Deus está conosco””(Mt 1,23) ou “Ela te esmagará a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3,15) – o diabo fez tudo para confundir os homens, espalhando estórias semelhantes as que, futuramente, se cumpririam conforme a revelação divina. Para que, quando o verdadeiro filho de Deus aparecesse (verdadeiramente nascido de uma virgem), muitos o renegassem; dizendo, quiçá, coisas do tipo: ‘Que ele (Jesus Cristo) não seria melhor do que os seus (falsos) deuses!’... Há um interessante versículo no Corão (Sura 42,57): << “E quando é dado como exemplo o filho de Maria, eis que o teu povo o escarnea! E dizem: nossas divindades não são melhores do que ele?”>>[http://
Outra explicação, a respeito de tais semelhanças, seria pela linha do psicologismo. Onde os homens, de todas as culturas, projetariam em seus mitos o desejo – inato a todo ser humano – de encontrar-se com o seu Criador, fisicamente manifesto; já que o homem, além de espírito, possui também um corpo... Em que, por fim, Deus, todo Misericordioso, respondeu ao apelo e o anseio comum a toda criatura humana encarnando-se (independente se muitos deles não tivessem plena consciência dessa aspiração).
Os mitos expressariam, então, esse anseio universal, ainda que de forma mitiga e mesmo deformada. Recordo-me do testemunho dado pelo frei D. Bernado Bonowitz, sobre sua primeira intuição a respeito da Encarnação do Verbo, quando ele ainda não era católico, sendo uma criança numa conservadora família judaica. Diz ele: <>[Revista JESUS VIVE E É O SENHOR, (RCC) – Ano XIII – Fevereiro/00 – No. 260, entrevistado por Jorge André, p.7].
Há, ainda, a hipótese de, nas origens da humanidade, ter-se-ia uma única noção religiosa, da qual Noé tinha conhecimento e que ele comunicou a seus filhos. Só que, com o passar das gerações, a idéia perfeita de que o homem tinha da revelação foi se perdendo. Entretanto, as noções gerais – como aquela que afirmava que a divindade iria se encarnar – foram, ‘a troncos e barracos’, conservadas e preservadas, parcialmente e com certas deformidades, nas mais diferentes lendas dos povos. De sorte que, apesar das deformações míticas, o essencial da mensagem foi conservado; ou seja: o Altíssimo, que é infinitamente cheio de misericórdia, demonstraria seu infindo amor, assumindo nossa humanidade (encarnado-se) e morrendo por nós. ‘Não há prova de amor maior do que dá a vida por outrem!’
Quão cara a Deus é a virtude da humildade; por isso, imitando as palavras de São Tiago, digo: ‘Se o Senhor quiser estarei vivo e farei isto ou aquilo’ (cf. Tg 4,14). Sim, se o Altíssimo conceder-me fôlego aos meus dias, então escreverei uma segunda parte (e, talvez, outras mais [aliás, já tenho várias páginas de esboços!]) concernente às minhas conjecturas sobre o Cristianismo e o Islamismo... E que o Divino Espírito, que é Senhor com o Pai e com o Filho, conceda a graça e o dom da coragem para que, se for necessário, derrame meu sangue pela causa do Evangelho, e ser uma oferta agradável, olor que sobe aos céus por e em Cristo Jesus.
Tipos de Monoteísmo
O monoteísmo islâmico e/ou judaico, na sua importante e intransigente defesa da unicidade da natureza divina, mesmo assinalando esse insofismável valor da realidade do Ser Divino (que é uno), ainda assim, carece do colorido daquilo que podemos chamar de tri-personalidade divina. Explico. Comparativamente, você pode captar a realidade duma passagem numa fotografia em preto e branco; todavia, essa realidade é abraçada, com maior profundidade e precisão, quando se tira uma foto colorida. Tanto é que se apresentarmos a alguém, respectivamente, uma fotografia em preto e branco e uma colorida de um mesmo lugar e perguntarmos: ‘Elas descrevem a realidade de tal paisagem, sim ou não?’ Todos responderam que sim, que ambas fazem isso. Entretanto: ‘Qual delas expõe-na (a realidade) com maior exatidão?’ Obviamente, a colorida!... A doutrina das Três Pessoas Divinas é como o colorido fotográfico; e ela não desmantela a veracidade descrita pela unicidade da natureza divina (que seria comparável a uma foto em preto e branco); muito pelo contrário, a enriquece e a embeleza. Assim, poderíamos dizer: o monoteísmo não-tripessoal só desabrochará, com fulgor e resplendor, quando acolher a fé no mistério da Santíssima Trindade (o monoteísmo tripersonal). Em suma, o monoteísmo cristão, mais fiel e ricamente, “retrata” a realidade divina.
Esperança
Quando estivermos ante o Divino – Três Pessoas (o Pai, o Filho e o Espírito Santo) numa única e mesma Divindade – todos certamente ouviremos seu insondável testemunho (que já pode ser igualmente contemplado, ao menos em parte, no Alcorão, Surata 16,51): <<“Somos um único Deus”>>[http://www.kuran.gen.tr/html/brezilyaca /016.php3].
Então haveremos de salmodiar: “O céu foi feito com a palavra de Deus, e seu exército com o sopro de sua boca”(Sal 33,6). [Trocando em miúdos: A palavra divina é o Verbo Jesus; e o sopro, ou espírito, é o Espírito Santo.]
E para encerrar, cito o trecho dum interessante artigo, escrito pelo professor e estudioso sheik Abdul Haddi Palazzi: <>[http://www.visaojudaica.com.br/Junho%202004/Artigos%20e%20reportagens / o_alcorao-diz_ que_al a_deu_israel_aos_judeus.htm] ... Não é, pois, a cidade de Medina também conhecida como ‘A Iluminada’?... Com certeza, naquele notável dia (em que santo sacrifício foi renovado e, portanto, presentificado em Medina), a Luz que veio ao mundo, Jesus Cristo, brilhou com toda resplandecência no interior de tão afamada urbe!
Se foi desse modo, como descrito por Abdul Palazzi, é de impressionar! Pois Maomé não só teria recebido e tratado cordialmente os cristãos; mas, mais ainda, recebeu-os numa das mais sagradas mesquitas do Islã. E, se isso tudo não bastasse, consentiu que, neste sacratíssimo ambiente para o Islamismo, fosse celebrada uma missa. Por que será??...
Queira Deus que, um dia, não pela vingança, rixa ou armas; mas pelo Espírito e pela graça, em mesquitas do mundo inteiro, seja celebrado o Santo Sacrifício da Missa!
Bibliografia
-AQUINO, Prof. Felipe, Escola da Fé I (Sagrada Tradição), Editora Cléofas, Lorena-SP, 2000.
- A BÍBLIA DE JERUSALÉM, Editora Paulus, SP, 1996.
- CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA, 5a edição, Editora Vozes Edições Paulinas Edições Loyola Editora Ave-Maria, RJ/SP, 1993.
http//www.kuran.gen.tr/html/brezilyaca/005.php3.
bra.
http:://www.visãojudaica.com.br/Junho%202004/Artigos%20e%20reportagens?o_alcorão-diz_ que_ala_deu_Israel_aos_judeus.htm.
Revista JESUS VIVE E É O SENHOR (RCC), Ano XIII – Fevereiro 00, No. 260.
PS.: O presente texto visa, indiscutivelmente, a propagação da Boa Nova de Nosso Senhor Jesus Cristo. Não obstante, primei por expor, especulativamente, as presumidas congruências acima citadas, na esperança de que se converta num valioso instrumento de evangelização. Porquanto, se se pode “demonstrar” que é possível achar as luzes da doutrina da Santíssima Trindade mesmo no texto do Alcorão, quanto mais então aumentará nosso empenho, e chances, em compartilhar toda a riqueza da Sagrada Fé Cristã com o povo islâmico. E, para tanto, coloco sob a proteção da Virgem Santíssima esse meu anseio (e esse meu ensaio) missionário – ela que é a “Primeira Evangelizadora”. [E que, por excelência, é `A Portadora da Palavra de Deus`; haja vista ter trazido o Verbo da Vida em seu ventre.].
Escusem, desde já, a visível incompetência (de minha parte) para tratar de temas tão delicados... (E pelos erros que fatalmente terei eu cometido.)
Tudo que escrevi está e estará sempre sujeito a um maior e melhor juízo, que é o da Santa Madre Igreja Católica. Que tem o poder, dado pelo Altíssimo, para corrigir, refutar, completar e tudo mais que for necessário.
Que DEUS seja louvado!
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