a) Afirma-se que Josefo e o Talmude negam a existência do profetismo depois de Ageu, Zacarias e Malaquias; logo, não se pode aceitar os livros deuterocanônicos como inspirados! É assim mesmo?
O Sr Paulo Sérgio Pedrosa, membro da Associação Cultural Montfort, bem responde a esse tipo de indagação: Se Flavio Josefo e o Talmude falam que "Depois dos últimos profetas, Ageu, Zacarias e Malaquias, o Espírito Santo deixou Israel", e portanto não houveram mais textos inspirados, Nosso Senhor diz o seguinte a respeito de João Batista:"Mas, o que fostes ver? Um profeta? Sim, vos digo eu, e ainda mais que profeta...”"Porque todos os profetas e a lei, até João, profetizaram. (Mateus 11: 13).Ora, Nosso Senhor diz que existiram profetas até João Batista, e o Talmude diz que não. Com quem você fica então, com o que diz o próprio Jesus Cristo ou com o que diz o Talmude?
Além de nos alertar sobre as palavras pesadíssimas dirigidas contra o Cristo de Deus e a sua Mãe Santíssima, presentes no referido Talmude. (Demonstrando, assim, ser este escrito judaico contaminado por uma mentalidade sumamente anticristã). O <
Ele, desafiadoramente, questiona àqueles que se declaram partidários do princípio da Sola Scriptura: << Cite o trecho da Bíblia dizendo especificamente que depois da data tal, acabaram-se as revelações, as profecias e os oráculos de Deus...Ora, isto não consta da Bíblia.>> [http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cartas&subsecao=apologetica&artigo=20041006144607&lang=bra].
E ainda diz: <
De fato, é dificílimo acreditar que – na incumbência de traduzir o Antigo Testamento – os setenta sábios judeus tivessem perdido tempo e esforço, a mais, traduzindo textos que não faziam parte da Divina Revelação! Se, justamente, a incumbência deles era de traduzirem os Livros Sagrados do Judaísmo. (Isso numa época em que escrever era muito mais trabalhoso do que hoje; bastante diferente de nós que usamos, por exemplo, máquinas de escrever eletrônicas e computadores.)
Lembro-lhes que a Septuaginta é anterior ao nascimento de Jesus Cristo!
b) Os Judeus haviam definido, em Jamnia, o cânone do Antigo Testamento sem os deuterocanônicos, não foi?
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Jesus mesmo dissera que a perda da autoridade dos chefes judaicos ocorreria: “ “Por isso o Reino de Deus vos será tirado e confiado a um povo que produza seus frutos”... Os chefes dos sacerdotes e fariseus, ouvindo as suas parábolas, perceberam que se referia a eles. Procuravam prendê-lo, mas ficavam com medo das multidões” (Mt 21,43.45-46).
E é sabido, igualmente, que, pelo final do século I (época em que se deu o “concílio” de Jamnia), a Igreja, em número de fiéis, havia crescido grandemente; bem como a separação com o Judaísmo mais e mais se acentuava até o rompimento total: <
Como esses elementos todos, por que se achará impossível que os chefes religiosos do Judaísmo, daquele tempo, não teriam se colocado a combater aquilo que muito contribuía para propagação da Boa Nova de Cristo (que era a Septuaginta, o texto completo do Antigo Testamento utilizado pelos católicos)?... Bem, aproveito para acrescentar um comentário que encontrei num livro de Daniel Lifschtz: <
c) Mas não é mencionado livros deuterocanônicos no NT?
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Ademais, indiretamente se verificam, sim, referências a textos deuterocanônicos. Como por exemplo, no Apocalipse; onde está escrito a seguinte passagem: “Vi então os sete Anjos que estão diante de Deus” (Ap 8,2) a qual faz, por clara semelhança, eco ao texto do Livro de Tobias: “Eu sou Rafael, um dos sete anjos que estão presentes e têm acesso junto à Glória do Senhor” (Tb 12,15).
E ainda mais porque: <
d) =Mas se vê que os deuterocanônicos têm um “nível moral” muito questionável, contendo, por exemplo, suicídio e violências e coisas que parecem truques mágicos (afora descrições de fatos mirabolantes)! Como pode?
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Que lição de moral há em Jacó, aliado a sua mãe, engabelar o pai Jacó a fim de alcançar dele a benção em lugar de seu irmão Esaú?... Não mentiu Sara, quando o Senhor questionou-a (cf. Gn 18,13ss.)?
Moisés que joga uma vara e a vara se transformar numa cobra, isso não parece com um truque mágico? [Tanto parece que os magos do Egito fizeram algo semelhante com suas varas, basta consultar a Bíblia!] Jesus que mistura sua saliva à terra e aplicá-a ao olho duma pessoa para que esta enxergue, não se assemelha com as famosas “simpatias” populares? Pessoas esfregarem panos em Paulo e conseguem, com tais tecidos, expulsar espíritos impuros e restaurar a saúde de enfermos nos vos parece também uma espécie de fetiche? ... Deve ser um afronte, então, acreditar que uma mula possa falar: e olhe que isso está registrado tanto no Antigo Testamento quanto no Novo (cf. Nm 22, 28-33; 2 Pd 2,15-16)!
Veja o que o mui reverenciado servo de Deus, Josué, fez com as populações que habitavam a Palestina: “Josué não retirou a mão que estendera com a lança até que tivesse dedicado ao anátema todos habitantes de Hai”(Jos 8,26). “A totalidade do que morreram naquele dia, tanto homens como mulheres, foi doze mil todos os habitantes de Hai” (Jos 8,25). “Josué voltou e tomou Hasor, cujo rei matou a espada...devido ao anátema. Não deixou nela nenhum sobrevivente,e Hasor foi queimada”(Jos 11,10s.). NADA DE VIOLÊNCIA, não é mesmo???... E Moisés, conhecido como “o mais humilde dos homens”, dá ordem que todos os mandianitas (sem exceção) fossem exterminados (cf. Ex 31,1ss).
Eh! Julgar as coisas pelas aparências tende a levar ao erro.
e) O verdadeiro motivo que levou Lutero negar a canonicidade dos <
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[http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cartas&subsecao=apologetica&artigo=20041006144607&lang=bra].
Se não excluiu de imprimi-los (ao menos inicialmente), excluiu, sim, de os ter como divinamente inspirados. Esse é um dos feitos desabonadores realizados pelo diabólico Martinho Lutero. [De todo jeito, não adianta imprimir os deuterocanônicos, mesmo que o façam com letras de ouro, se se repele a sua inspiração divina. Esse tipo de exclusão não deixa de ser terrível!]
P.S.: Tudo que escrevi está sujeito à autoridade da Igreja Católica. A qual poderá corrigir, refutar, completar e tudo o mais que for necessário para preservar incólume o Sagrado Depósito da Fé.
Bibliografia
-A BÍBLIA DE JERUSALÉM, Editora Paulus, SP, 1996.
-LIFSCHITZ, Daniel, Haja Luz: A Hagadá sobre Gênesis 1, Pia Sociedade Filhas de São Paulo (Paulinas), SP, 1998.
-READER’S DIGEST, Depois de Jesus: o Triunfo do Cristianismo, 1a edição, Reader’s Digest Brasil Ltda, RJ, 1999.
Fiquem com Deus!
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